INICIAÇÃO
ZEN
No
2º. Quadro – “Vislumbrando as Pegadas.”
Diz
o poema:
“Pelo
regato e sob as árvores, esparsas são as pegadas do perdido;
Os
capins de sabor adocicado estão crescendo espessos – ele encontrou o caminho?
Entretanto,
distante, nas montanhas, o animal pode estar vagando,
“Seu
nariz alcança os céus e ninguém pode mascará-lo.”
Comentário:
Com
a ajuda dos Sutras e estudando as doutrinas, chegou a compreender alguma coisa;
encontrou pegadas.
Agora
sabe que os vasos, por mais variados que sejam, são de ouro puro, e, o mundo
objetivo é somente um reflexo do Eu. Porém, ainda que a sua mente não possa
distinguir o bom e o não bom, sua mente ainda está confusa com a verdade e a
falácia. Como só “bateu à porta,” não passou por ela, assim, se diz que somente
encontrou as pegadas.
Junto
ao riacho e debaixo das árvores estão dispersas as pegadas daquele que se
perdeu; crescem abundantes gramas de doce aroma.
Ele
encontrou o Caminho?
Por
mais longe que o animal ande pelos morros, seu nariz chega aos céus e ninguém
pode ocultá-lo.
Na
sua ânsia por conhecimentos, encontra amigos que lhe mostram os ensinamentos,
alguns cursos, algumas práticas, seitas variadas; enfim, ele compreende alguma
coisa e teoricamente, “encontra o Caminho de Volta.” Ele compreende que todas
as experiências, doutrinas, seitas ou “vasos,” por mais variadas que sejam, são
de ouro puro. Ainda assim, não consegue distinguir o certo do errado; tem fé,
sabe que a saída deste inferno de contradições é a procura constante do Buda
interno, mas, como sua procura ainda é vacilante, se diz que somente encontrou
as pegadas, não ainda o Caminho de encontro com o Touro, seu Self ou Eu
interior. Apesar disso, o triunfo está assegurado, pois o “seu nariz chega aos
céus,” quer dizer, seu sentido de direção está correto.
INICIAÇÃO TAOISTA
A
iniciação Taoísta chama essa fase de desenvolvimento espiritual, de “10. LU –
Conduta a Trilhar”.
O Livro das Mutações – I Chig
Julgamento:
“Trilhando
sobre a cauda do Tigre.”
“Ele
não morde o homem. Sucesso.”
Comentário:
Após
ter aprendido a primeira lição em Fu, agora o discípulo tem de aprender as
regras do Caminho, dos rituais, das formalidades em Lu. As regras estão
relacionadas com a disciplina interna.
Difícil
de obter êxito, se não se conhece ainda as leis de Yin e Yang, - atividade e
repouso. As leis do Céu seguem ciclos determinados, e o aprendiz de mestre a
fim de se transformar, tem de conhecê-las e viver de acordo com elas.
Imagem:
“O
céu acima do lago: imagem da Conduta.
“Assim,
o ser superior discrimina entre o alto e o baixo e fortalece a vontade do
povo.”
O
céu entra em contato direto com o lago, e este, refletindo sua luminosidade de
cima, espelha aquilo que de mais elevado contém.
Apesar
da distância que os separa, eles logram estabelecer a harmonia e mútuo
enriquecimento. A diferença de nível entre os elementos que se encontram com
boa vontade não cria empecilhos, pois a natureza intrínseca de ambos os
aproxima à medida que a familiaridade vai se firmando.
As
diferenças naturais de nível existentes na humanidade são superadas pela
compreensão e pelo afeto, estabelecendo vínculos sólidos e duradouros. Tudo
depende da índole da pessoa, não da posição que ocupa.
Ao
Trilhar a própria senda com cautela e sem imposições, logra uma aceitação
desprovida de qualquer rivalidade ou arrogância. Quando a dignidade interna e a
amizade prevalecem entre níveis, reina a paz nos relacionamentos.
Nuclear:
“37. A Família”
No
cerne da Conduta está a Família, na qual se aprende a caminhar por ser um
núcleo organizado, integrador e representativo, tanto externo, na sociedade,
quanto interno, na nossa “família” psíquica, para que todos os nossos aspectos
internos cooperem para o bem da totalidade do nosso “ser”.
Céu
Anterior:
“4. A Inexperiência.”
Aqui,
a sugestão cósmica que antecede ao contexto é a necessidade de um aprendizado
para essa qualidade-momento do Caminho. Encontrar uma orientação segura que
proporcione uma boa formação é requisito para ter uma Conduta acertada.
J. Alfredo Bião Oberg
J. Alfredo Bião Oberg