Da Agência Lusa e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal)
14 de abril de 2014
14 de abril de 2014
Os Colóquios da Lusofonia atingem a maturidade e chegam à sua 21ª. edição, que decorre em São Miguel, nos Açores, entre os dias 24 e 27 de abril. O evento pretende dar visibilidade à escrita literária no feminino.
Este Colóquio é especialmente dedicado a 40 anos de liberdade de expressão em Portugal e à mulher na escrita, sendo o objetivo dar a conhecer um pouco mais da literatura açoriana contemporânea e da posição (muitas vezes) subalterna da mulher na sociedade local.
A edição deste ano decorre na Praia dos Moinhos, no Porto Formoso, concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel. A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do local.
–– Nove ilhas, nove mulheres ––
O Colóquio nos Açores abrange em sua programação o lançamento da antologia 9 Ilhas, 9 Mulheres“, adiantou o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL), Chrys Chrystello.
O Colóquio nos Açores abrange em sua programação o lançamento da antologia 9 Ilhas, 9 Mulheres“, adiantou o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL), Chrys Chrystello.
Segundo ele, a associação “há muito” tinha projetado “fazer algo que homenageasse as mulheres na escrita” e que “são muitas” nos Açores. “Optámos, nesta primeira fase, por nove, tantas são as ilhas, mas muitas outras mais poderiam estar incluídas”, sublinhou.
O presidente da AICL disse que a forma de escrita encontrada pelas mulheres “continua a ser a poesia”, salientando que “há sobretudo um retrato daquilo que tem sido a posição da mulher nos Açores ao longo dos anos, uma posição de submissão, uma posição subalterna”.
“As mulheres têm sido bastante esquecidas. Há um grande predomínio de autores que são bastante divulgados”, afirmou Chrys Chrystello.
Das nove escritoras que vão ser homenageadas, duas já faleceram: Natália Correia e Madalena Férin. As outras são Joana Felix (filha do poeta Emanuel Felix), Renata Correia Botelho (filha de Emanuel Jorge Botelho), Brites Araújo, Judite Jorge, Luísa Ribeiro, Luísa Soares e Madalena San-Bento.
–– Homenagem à liberdade ––
O XXI Colóquio da Lusofonia “consagra ainda 40 anos de liberdade de expressão, contemplando as quatro homenagens contra o esquecimento dedicadas a Álamo Oliveira”, referiu.
O XXI Colóquio da Lusofonia “consagra ainda 40 anos de liberdade de expressão, contemplando as quatro homenagens contra o esquecimento dedicadas a Álamo Oliveira”, referiu.
A iniciativa, que tem como patronos dois destacados linguistas, o português João Malaca Casteleiro e o brasileiro Evanildo Bechara, tem conseguido juntar, ao longo destes anos, várias personalidades, investigadores e académicos”, para uma maior divulgação de autores e projetos, como é o caso do Caderno de Estudos Açorianos para “descarga gratuita por escolas, alunos e professores”.
“Temos o projeto das várias antologias. Fizemos a primeira antologia bilingue com 15 autores e depois a monolingue com 17 autores. Continuamos a traduzir excertos dos autores açorianos em sete línguas”, lembrou Chrys Chrystello.
O presidente da AICL acrescentou que vai também ser lançada “uma coletânea de textos dramáticos açorianos virada para o ensino e para o currículo escolar regional”.
Haverá na programação cinco lançamentos de livros, cinco sessões de poesia dedicadas à açorianidade e três recitais de música açoriana, além de um festival de música a celebrar os 40 anos da Revolução dos Cravos.
“Desde o princípio que tentamos afastar os colóquios dos ambientes bafientos onde tradicionalmente se praticava a cultura”, realçou Chrys Chrystello.
Cerca de 70 autores estão inscritos no evento: a metade deles vinda dos Açores e de Portugal, além de participantes do Brasil, dos Estados Unidos da América, do Japão, do Canadá, da Alemanha, da Austrália, da Bélgica, da Itália, da Eslovénia, de Moçambique e da região espanhola da Galiza.
Os Colóquios da Lusofonia, que decorreram pela primeira vez no Porto, já passaram por Bragança durante nove anos, por Macau, na China, pelo Brasil e por Galiza, na Espanha. E realizam-se ininterruptamente nos Açores desde 2006. :::
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–– Extraído da Agência Lusa e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––
–– Extraído da Agência Lusa e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) ––
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